domingo, 10 de junho de 2007

O início de tudo!

Este é o início, e já de cara mando um texto que escrevi há alguns anos, está sem formatação pois havia perdido do meu pc e tive que recuperá-lo no site onde foi publicado, mas o que interessa é o conteúdo!

ANALFABETISMO DIGITAL???

Está certo afirmar que hoje em dia é extremamente necessário, para quem quer um emprego bom, saber no mínimo uma língua estrangeira e aprender a usar o computador. Tudo bem até este ponto, se não fossem os altos índices de analfabetismo existentes por aí, sendo que a escolarização também é peça fundamental no âmbito empregatício. Oras, não é preciso ser um pedagogo emérito para perceber que o número de pessoas que mão sabem ler nem escrever em nosso país não é tão baixo como deveria ser, isso sem considerar aquelas que freqüentam a escola, e por isso são consideradas alfabetizadas, que chegam na 5ª série e não conseguem ler uma frase sequer porque nunca aprenderam a ler. E onde está o problema. No aluno que não aprende? Não! No professor que não ensina? Às vezes, mas não necessariamente o culpado seja ele, já que este deve seguir as regras impostas pelo principal culpado, para não perder seu emprego! Principal culpado, quem é? A resposta é simples e direta, e aposto que muitos de vocês já imaginaram qual é, O SISTEMA! Vejam bem, para concorrer com outros países, no que chamo de GUERRA DOS ÍNDICES, o sistema educacional deixou de se importar com a educação e a aprendizagem de fato, passando a importar-se mais com os números comparativos, os que são mandados para a “guerra”, passando esse a ser o estereótipo da escola de qualidade. Mas o que seria essa escola de qualidade? No significado real da palavra, seria aquela escola onde os alunos se sentissem bem em estudar nela e aprendessem de fato os conteúdos a eles ensinados, adquirindo cada vez mais conhecimentos. Mas o que ocorre em nossa educação hoje em dia é o contrário, os alunos são “objetos”, meros bonecos sentados numa cadeira de escola, onde os professores jogam a eles os conteúdos a serem “ensinados”, e forçam o bendito decoreba, que na minha opinião deveria ser extinto, sem se importar se o aluno APRENDEU realmente ou somente decorou os macetes para acertar as questões da prova, e muito menos se importar se o aluno sente-se bem em estar numa escola que o trata dessa maneira, o que aumenta a evasão escolar também, outro fato preocupante que não vem ao caso neste momento e será abordado em outra hora. Nesse sistema ocorre que, com a existência da “guerra dos índices”, mesmo que o aluno não tenha aprendido de fato o conteúdo, será promovido para a outra série, pois o importante é que os números de repetência não sejam altos, ficando retidos na mesma série somente os casos mais “graves”, ou seja, os alunos que tem alguma “falha de memória” e não tenham conseguido decorar os conteúdos que já lhes foram passados “mastigados” pelos professores. Agora, será que, no momento, deveríamos dar tanta importância à educação digital e o aprendizado de línguas estrangeiras, sendo que a educação básica, que diminuiria as dificuldades das pessoas em aprender os conteúdos dessas áreas, e que deveriam formar bons cidadãos e consequentemente bons profissionais, é escassa e de má qualidade em nosso país? Não estou dizendo que TODAS as escolas brasileiras seguem esse tipo de imposição, e que não tenham boa qualidade, mas infelizmente em minhas pesquisas de faculdade, na observação do funcionamento de algumas instituições educacionais, conversas com professores conhecidos, alunos e da própria vivência que tive com colegas na minha época de colégio que realmente não conseguiam ler direito, por não terem aprendido corretamente, pude perceber que a maioria das escolas, pelo menos aqui em Curitiba, funcionam dessa forma, preocupando-se com números comparativos que serão entregues ao sistema educacional. Só gostaria de saber se em outras regiões a coisa também funciona dessa forma, espero que um dia eu venha a Ter a oportunidade de visitar outros locais para comprovar se esse problema é regional ou nacional.

Por Danielle Cristine Ferreira Borges - formanda no curso de Pedagogia pela PUC-Pr
publicado originalmente em 29/04/2004 às 12:31 no site:
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2004/04/279150.shtml

Um comentário:

Anônimo disse...

Dani...

Eu me tornei um tanto suspeito para comentar, afinal de contas, conheço você e sei como tu pensa e tal.

Mas o texto, é algo maravilhoso. Porém, nosso país tem uma constituição em que o pensamento não é um valor agregado, e dessa forma, somos formados para executar pensamentos alheios.

Continuemos nessa luta, ora utópica, ora realista demais.

bjs